Fim do fim (do fim...)

Escrevo, longe de pretensões, apenas poupando toque a nós, poupando a dor que os olhos podem causar – mesmo fechados. Ontem, ao arrebentar aquela velha corda – não por forçar, mas pelo peso que adquiri nesses anos – vi o tombo que levei. Uma cena ridícula aqui de cima, onde os anjos me auxiliaram. Senti pena, dó, angústia, não por nós dois como antes, apenas por mim. Vi que o local onde estava não era tão extraordinário como eu pintava nas telas que você me trazia. Vi também que essas telas não existiam, eu criei tantos outros mundos para desejar voltar para o de origem, o mais simples e puro.

Longos dias desejei explodir esses amores impossíveis, que por mais ilimitados que pareçam sempre têm um ponto final. Me jogar de escadas, me sentar em águas sujas, mas hoje já não desejo, antigo amor. Tu foi, certamente, minha pele durante as ultimas estações, fosse frio ou intenso calor lá estava você me acariciando com esse tecido velho, e já sem cor (uma velha roupa colorida). Mas descobri, meu bem, que minha pele nua também tem vida, também sabe viver. E hoje se me despeço tão livre, deixo as pontas abertas, para que outros te encontrem também.

Teu silêncio me rendeu muita fala, mas não vã. Alguém nesse pequeno mundo escutou.

Mande lembranças!

o amor que aprendi vem dos meus pais.