Efusivo.

-E agora? Meu Deus... Que horas são?
Reclamações.
De certa forma eu também me preocupava um pouco (bem pouco) com o que aconteceria nas horas seguintes. Mas o que irritava não era o fato do metrô ter fechado, nem de ter um rave ao lado da rua onde estávamos. Nem ao menos o fato de alguém ter escrito a palavra sexo do tamanho de um prédio ali do lado. Não havia fome, cede, frio, calor, tampouco vontade de ir embora. Tudo bem que alguma coisa horrível poderia acontecer ali, mas oras! Eu estava esperando pra vê-lo novamente há dias. Não era justo dessa forma, acabar e ir embora. Tem que haver uma ponte que ligue o que é bom com o que é péssimo. No meu caso não houve, fui do céu ao inferno da sexta pra segunda, que irônico.
Voltando um pouco antes, bem antes. Quando o chuveiro ainda estava ligado. Minha cabeça estava a mil pensando “Grande! Por causa daquela maluca hoje eu vou me f*” engraçado, porque naquela altura do campeonato eu já deveria ter me acostumado, enfim. Telefone! (Deus como eu queria que isso se repetisse te dava qualquer coisa!). Claro, claro que eu largaria meu ingresso, enfiaria na boca do primeiro que falasse um “A”. To legal já – Eu também.
-Eu vou descobrir qual é seu blog. - Mais de seis meses e nada?
Ah, ficar esperando oitocentas horas aqui. Sente-se e acalma-se. Não deixe ninguém notar sua inquietação. Pronto! Ai, ai, ai! Meu dedo. (Explosão!) Obrigada, claro que está melhor. Mas isso aqui está tão desconfortável, me deixa tentar encostar-me a algum canto pra vê se melhora. Ah, perfeito! (Pronto Deus, agora congela. AGORA. Não, não. Aqui está ótimo. Pode ir cuidar das suas coisas que eu fico aqui a eternidade. Ta.. ENTENDI! Tudo bem.) Voltando...
Deita, amanhã será um dia gigantesco. Eu adoro meias apertadinhas nas canelas. O que importa não é se a canela é fina ou grossa, o importante é a maneira que a meia deve ficar, sabe. Daquela forma fica lindo. Sei lá por que, mas fica. Mão, mão, mão! M-ã-o! O que você pediria pra um gênio da lâmpada? Uma mão, claro. E pra Deus, assim num milagre? A mão, com certeza. Uma paixão na sua vida? Mão. Mão!!!
Um beijo no ombro, outro no rosto, outro na testa.
-Eu to ouvindo teu coração.
-E como ele ta?
-Acelerado.
-É... então.
***
-Eu não sou bom com as palavras.
Nem eu, mas ao menos estou tentando. Diversas e de todas as formas que eu possa imaginar. Saudade.

(Hoje: precisava explodir as palavras, as frases feitas, antes que estas me explodissem!)