Creio que já faz meses, nunca fui muito boa com datas. Sei apenas do infinito que o tempo abrigou na minha alma esses últimos tempos. Sei que as horas pareciam loucas (ou seria eu?) correndo loucamente num fluxo que nunca vai. Sei também que o telefone tocou mais vezes, só para ter o prazer de mais vezes não ouvir um ‘é para você’. Eu desejei que você aparecesse na sua própria rua naquele dia de chuva, desejei também que surgisse no improvável daquela segunda-feira chuvosa na estação. Estação. Lugar que você nunca freqüenta, mas comigo era seu lar. Desejei te encontrar na minha cama durante a madrugada, acordar com os seus dedos deslizando pela minha pele quente. Eu desejei tanto, mas tanto.
Agora sinto que está por acabar a espera, o que não quer dizer que você aparecerá. Pelo contrário, acho que sou eu que estou indo agora, embora. Descendo escadas intermináveis para ver se chego a qualquer lugar de origem, subindo ruas que nunca andei. Vou me perdendo em todos esses lugares, pois quanto mais longe eu ficar, mas difícil será carregar essas lembranças tão pesadas que você deixaste. Por que deixou? Levasse junto essa tralha que não me serve de nada, a não ser doer meu corpo pelo esforço. Se te encontrasse hoje, teria um discurso inteiro para dizer-te. Não, minto, na verdade ficaria a te olhar por séculos, até meu coração e meu corpo se cansar de você – o que venho querendo há tempos, que eu me canse de você. Ficaria atenta com seu silêncio, para ver se sua respiração falasse algo que me entregasse o jogo logo de uma vez. E se conseguisse penetrar a fundo o silêncio de certo que ouviria seu pensamento, claramente. Então se você desejasse um OVNI eu te mostraria no mesmo instante, mas não lhe daria. Ficaria comigo, só para você sentir o que é ver uma outra pessoa levando com desprezo o que eu queria pra mim com a maior e melhor ternura já vista. Você com certeza enlouqueceria, digo isso por experiência própria, pode acreditar.
Mas se por acaso você aparecesse com a mesma ternura já vista por mim (ou talvez até um pouco menos, eu não me importo) de fato que eu não agüentaria. Pensaria naquela besteira que eu digo a alguns amigos mesmo ‘Carpe Diem’. Então eu aproveitaria em você, tudo que eu idealizei em mim. Sofreria um bocado novamente pra esquecer, pouco a pouco, como venho fazendo há algum tempo. Porem, me sentiria diferente do que sou agora. Isso me excita, ser diferente do que sou. Conhecer o outro lado. É.
(Hoje: nem sempre eu lembro do meu querido e amável: bom senso. Pra dizer a verdade tenho esquecido dele tanto, mas tanto. Em todo caso, vou me lembrar essa noite de talvez procura-lo amanhã. Por onde será que ele anda?)
Agora sinto que está por acabar a espera, o que não quer dizer que você aparecerá. Pelo contrário, acho que sou eu que estou indo agora, embora. Descendo escadas intermináveis para ver se chego a qualquer lugar de origem, subindo ruas que nunca andei. Vou me perdendo em todos esses lugares, pois quanto mais longe eu ficar, mas difícil será carregar essas lembranças tão pesadas que você deixaste. Por que deixou? Levasse junto essa tralha que não me serve de nada, a não ser doer meu corpo pelo esforço. Se te encontrasse hoje, teria um discurso inteiro para dizer-te. Não, minto, na verdade ficaria a te olhar por séculos, até meu coração e meu corpo se cansar de você – o que venho querendo há tempos, que eu me canse de você. Ficaria atenta com seu silêncio, para ver se sua respiração falasse algo que me entregasse o jogo logo de uma vez. E se conseguisse penetrar a fundo o silêncio de certo que ouviria seu pensamento, claramente. Então se você desejasse um OVNI eu te mostraria no mesmo instante, mas não lhe daria. Ficaria comigo, só para você sentir o que é ver uma outra pessoa levando com desprezo o que eu queria pra mim com a maior e melhor ternura já vista. Você com certeza enlouqueceria, digo isso por experiência própria, pode acreditar.
Mas se por acaso você aparecesse com a mesma ternura já vista por mim (ou talvez até um pouco menos, eu não me importo) de fato que eu não agüentaria. Pensaria naquela besteira que eu digo a alguns amigos mesmo ‘Carpe Diem’. Então eu aproveitaria em você, tudo que eu idealizei em mim. Sofreria um bocado novamente pra esquecer, pouco a pouco, como venho fazendo há algum tempo. Porem, me sentiria diferente do que sou agora. Isso me excita, ser diferente do que sou. Conhecer o outro lado. É.
(Hoje: nem sempre eu lembro do meu querido e amável: bom senso. Pra dizer a verdade tenho esquecido dele tanto, mas tanto. Em todo caso, vou me lembrar essa noite de talvez procura-lo amanhã. Por onde será que ele anda?)