Me desfaço em versos no papel

O dia acordou cinza como há tempos eu não via, não sentia. Talvez as almofadas da sala me engolissem, junto com qualquer filme água-com-açúcar, isso claro, se eu me deixasse enrolar pela saudade. Mas não! A saudade ainda dançou pelo meu corpo, quase escapou pelo meu sorriso, quis tornar-se minha amiga, afinal está há tanto tempo comigo.
Agora eu brinco com essa saudade. Essa que me fez chorar tantos outros dias em que o sol estava brilhando de canto a canto no céu, que as nuvens estavam fazendo desenhos lindos, hoje não me tirou uma lágrima sequer, mesmo com a chuva, mesmo com o frio (que muitas vezes me leva a solidão) mesmo com o mesmo.
O que ainda não consegui explicar de fato é que mesmo que ninguém abra a porta, eu pulo muro, pois não sei se conseguirei sentir tanta certeza novamente em minha vida.
Depois desse tempo, só consigo achar graça nesse leve encanto. - cê me inspira pra eu te respirar.


(Hoje: Teve brigadeiro e Sessão da tarde no sofá. HM! Senti o cheiro da Esperança (mas ainda não a encontrei), e oro por mais paciência. Só preciso disso até o dia que eu consiga pular o muro, ou da pedra mais alta. Feliz com tanto apesar.) - tô aqui soprando a chama que me faz brilhar. (e aja fôlego!)